16 de outubro de 2013

Aula 03 – TRABALHO E PROSPERIDADE

4º Trimestre/2013 - CPAD

Texto Básico: Provérbios 3:9,10;22:13;24:30-34

“A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores” (Pv 10:22)


INTRODUÇÃO

A necessidade de trabalhar faz parte da natureza do homem.  Esta afirmação é verdadeira pelo fato do homem ter sido criado “a imagem e conforme à semelhança de Deus”. Assim, o homem não foi criado para ser inerte, parado, sem vida. Trabalhar é estar em ação, em atividade. O trabalho feito com prazer, especialmente por aqueles que têm consciência de que estão cumprindo a vontade de Deus, não apenas dignifica o homem como também o vitaliza, pois, conforme afirmou Salomão, “em todo o trabalho há proveito...”(Pv 14:23).
Para o homem sem Deus, ou até para aquele que se diz “crente”, mas não conhece a Palavra de Deus, trabalhar se torna uma obrigação, um agente gerador de ansiedade. Trabalham, mas, trabalham de mal com o trabalho, vendo na pessoa do patrão, um agente escravizador. Isto não pode acontecer com aquele que conhece a Palavra de Deus. Afirmo que o trabalho foi instituído por Deus, mesmo antes da queda do homem. Trabalhar, portanto, significa cumprir a vontade de Deus. Para um filho de Deus ter um trabalho e poder tirar dele sua subsistência deve ser considerado como uma benção, não como um sacrifício. Você já agradeceu a Deus, hoje, pelo seu emprego, ou pela sua profissão?
Nesta Aula, trataremos “algumas das metáforas usadas pelo sábio para tratar da natureza do trabalho e sua importância. Elas revelam que o labor é uma condição necessária à expressão humana”. Para aqueles que ainda não sabem, metáfora é a comparação de palavras em que um termo substitui outro. É uma comparação abreviada em que o verbo não está expresso, mas subentendido. Por exemplo, ao dizer que o irmão "está forte como um touro", certamente, não significa que ele se pareça fisicamente com o animal, mas que ele está tão forte que faz lembrar um touro, comparando a força entre o animal e o indivíduo. Usando a metáfora da formiga: “vai ter com a formiga, ó preguiçoso” (Pv 6:6). Isto quer dizer: mova-se, tome uma atitude na vida, sai dessa preguiça, trabalhe com ousadia e determinação! “Era dessa forma que os sábios da antiguidade ensinavam, pois quando se entende tais metáforas, compreende-se melhor a natureza do trabalho”, afirma o pr. José Gonçalves.
I. A METÁFORA DO CELEIRO E DO LAGAR (Pv 3:9,10)
“Honra ao SENHOR com a tua fazenda e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão os teus celeiros abundantemente, e trasbordarão de mosto os teus lagares”.
Lagar:
“Palavra que é usada indiscriminadamente a respeito do instrumento no qual as uvas eram esmagadas, ou a respeito do balde que aparava o suco daí resultante. Sua plenitude era sinal de prosperidade, enquanto que quando o lagar estava ‘seco’ havia a representação simbólica de fome.
“É o vocábulo usado metaforicamente em Is 63:3, e também em Jl 3:13, onde o lagar cheio e transbordante indica a grandeza do morticínio de que o povo estava ameaçado. Faz parte de uma notável símile, em Lm 1:15; e em Ap 14:28-20, forma parte da linguagem apocalíptica que se segue à predição sobre a queda de Babilônia” (Novo Dicionário da Bíblia – J.D. Douglas).
1. A dádiva que faz prosperar. Dentre as muitas metáforas usadas por Salomão para se referir ao trabalho, encontramos a metáfora do “celeiro” e do “lagar”. O sábio aconselha: “Honra ao SENHOR com a tua fazenda e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão os teus celeiros abundantemente, e trasbordarão de mosto os teus lagares”. Aqui, temos um apelo a favor do uso apropriado das posses materiais. No final das contas, o homem é um mordomo, e tudo que ele tem pertence a Deus (Salmos 50:10-12 e 24:1). Quando ele honra a Deus com parte do seu progresso, ele vai ser abençoado materialmente - “e se encherão os teus celeiros”. Temos aqui um princípio de mordomia e não uma garantia de riquezas materiais. Podemos confiar a Deus as nossas dádivas e que Ele garante a provisão das nossas necessidades materiais (Mt 6:33). O mordomo cristão nunca precisa temer que vai ser o perdedor ao dar a Deus (Ml 3:8-10). Ninguém perde porque crê ou porque obedece. O homem de Deus não é um servo relutante, mas um mordomo feliz e responsável.
É válido ressaltar que uma vida próspera não é somente resultado do sucesso financeiro, mas, sim, da obediência a Deus, da fidelidade e da santidade (Pv 3:3,4). Como cristãos, podemos afirmar que nossas riquezas são e serão sempre intangíveis e nunca somente monetárias. Atualmente, os crentes têm sido iludidos quando o assunto é prosperidade. Eles tendem a relacionar o “ser próspero” ao dinheiro e bens materiais. Muitos estão buscando desesperadamente os bens materiais. Querem ser ricos a todo o custo e acabam desprezando a Deus, tropeçando e perdendo o bem precioso, a salvação. Por isso Jesus adverte: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” (Mt 16:26). “Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Lc 12:20).
Não podemos ser influenciados pela maneira de pensar deste mundo (Rm 12:2). Para alguns, o "TER" passou a ser mais importante que o "SER". O materialismo estimula as pessoas a viverem para TER. Porem, a ênfase do cristianismo bíblico está em viver para SER. Somos desafiados a viver para sermos santos, luz do mundo e sal da terra em meio a uma geração que vive para TER. É evidente que como seres terrenos temos que trabalhar com ousadia, integridade e dedicação para conquistar os recursos materiais necessários para nossa sobrevivência e contribuir para o reino de Deus. Contudo, a Bíblia condiciona a prosperidade do homem a uma vida de obediência ao Senhor. Não é possível ter-se felicidade, bem-estar, alegria, sucesso e êxito se o indivíduo não cumprir a lei do Senhor, não O buscar de todo o seu coração.
A Verdadeira prosperidade, portanto, é o resultado da obediência, é fruto de um estado espiritual de comunhão com Deus. Jesus encontrou pessoas materialistas, como o jovem rico, que preferiu suas próprias riquezas em vez das riquezas do reino. Mas ele também encontrou pessoas como Zaqueu, que foram capazes de trocar o materialismo pelos valores do reino. Pertencer ao Reino de Deus é está diretamente ligado ao "SER" - ser benigno, ético, compassivo etc.
2. A bênção que enriquece - A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores” (Pv 10:22). Não podemos negar e nem deixar de ser gratos por essa vida, pois, para os crentes e demais homens, ela é um testemunho da bondade e misericórdia de Deus. Os bens materiais, inclusive o dinheiro, são bênçãos que Deus nos concede para usufruirmos dele e beneficiar o próximo e a obra de Deus. Seria hipocrisia de nossa parte negar que o dinheiro é um bem apreciável, pois quanto mais recursos financeiros uma pessoa possui, mais oportunidades ela tem para oferecer uma educação melhor aos seus descendentes, investir em sua saúde, adquirir bens que serão utilizados de forma razoável e confortável, e abençoar a obra de Deus de forma generosa. Mas, precisamos entender também que o dinheiro é um ótimo servo, mas um senhor impiedoso se o colocarmos nessa posição também. Se não tivermos nossas vidas diante de Deus, perderemos o foco da verdadeira prosperidade: um relacionamento com o Doador, e não com a dádiva. Não foi à toa que Jesus falou contra Mamom e os perigos do relacionamento com ele.
Fazer a vontade de Deus e manter uma estreita comunhão com Ele é o segredo para se ter uma vida próspera. Independentemente das circunstâncias que estejamos passando, temos a certeza que o bom Pastor e Bispo de nossas almas nunca nos desampara. Ele está conosco em meio aos pastos verdejantes, e não nos abandona quando temos que enfrentar os vales e os desertos da vida. Somente em Jesus temos a verdadeira prosperidade. É somente quando a bênção de Deus estiver presente que o celeiro e o lagar se encherão e transbordarão. “É a bênção divina que faz a distinção entre ter posses e ser verdadeiramente próspero, pois é possível ser rico, mas não ser feliz”.
II. A METÁFORA DA FORMIGA (Pv 6:6-11)
“Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos e sê sábio. A qual, não tendo superior, nem oficial, nem dominador, prepara no verão o seu pão; na sega ajunta o seu mantimento. Ò preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono? Um pouco de sono, um pouco tosquenejando, um pouco encruzando as mãos, para estar deitado, assim te sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado”(Pv 6:6-11).
1. As formigas sabem poupar. Em Pv 6:6-11, o sábio nos adverte a aprender com as formigas. Numa época em que as mudanças ocorrem numa rapidez que nos atordoa, nossa única defesa é a tentativa de antecipar, como as formigas fazem, o amanhã e nos prepararmos, desde já, para responder aos desafios que o futuro nos apresentará. O segredo para ter mais segurança quanto ao futuro é fazermos planos e trabalharmos baseados neles agora. A conhecida passagem de Tiago 4:13-16 nos diz para não fazer planos para o futuro, e sim para nos darmos conta de que todos os planos para o crente são declarações de fé. É a nossa maneira de dizermos: “Senhor, é isso o que acreditamos que quer que façamos, e é isso que temos a intenção de fazer. Se quiseres nos dirigir para o outro caminho, estamos abertos à tua orientação. Enquanto isso, prosseguimos adiante pela fé”. Portanto, precisamos fazer planos e oferecê-los como declarações de fé ao Senhor como nosso compromisso a Ele. Prepare-se, pois seu futuro depende, em grande parte, do que você fizer hoje.
2. A Bíblia condena o preguiçoso. Sobre a Preguiça, a Bíblia diz: “A preguiça faz cair em profundo sono, e a alma enganadora padecerá fome”(Pv 19:15); “Pela muita preguiça se enfraquece o teto, e pela frouxidão das mãos goteja a casa”(Ec 10:18). Num mundo competitivo como o nosso, ninguém pode se dar o luxo da preguiça.  Com acerto afirmou Elifaz a Jó: “Mas o homem nasce para o trabalho, como as faíscas das brasas se levantam para voar”(Jó 5:7). Isto corrobora a nossa afirmação de que o trabalho foi instituído por Deus e que é uma exigência da natureza do homem. Em sendo assim, e assim é, então queremos crer que não existe crente que conhece a Palavra e que seja preguiçoso. Isto porque o crente, sendo nascido de novo, é filho de Deus; como filho, ele é participante da natureza divina, conforme declara Pedro: “Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude, pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina...”(2Pedro 1:3-4). Assim, crente que é filho de Deus não pode ser preguiçoso, pois, a inércia, a inatividade, e outros atributos que caracterizam a preguiça, não fazem parte da natureza Divina. Lembre-se: o tempo é matéria-prima da vida. Precisamos tomar consciência de sua importância e de como aproveitá-lo melhor.
III. A METÁFORA DO LEÃO (Pv 22:13; 26:13)
“Diz o preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas” (Pv 22:13). “Diz o preguiçoso: Um leão está no caminho; um leão está nas ruas” (Pv 26:13).
Aqui nestas duas metáforas, vemos as desculpas esfarrapadas do preguiçoso. Esse é o tipo de pessoa que sempre acha boas razões para justificar a sua preguiça – “mais sábio é o preguiçoso a seus olhos do que sete homens que bem respondem” (Pv 26:16). Note-se que o preguiçoso não é nenhum anormal. Frequentemente é um homem comum que usou desculpas demais, recusas demais e adiamentos demais. Isso explica, pelo menos em parte, por que a pobreza chega à casa dele. Ela surge como um ladrão, e nada a pode impedir, porque é o fruto da indolência e da procrastinação – “assim te sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado” (Pv 6:11).
Para superar a preguiça, devem ser dados alguns pequenos passos em direção à mudança. É necessário estabelecer uma meta concreta e realista, verificar quais são os passos necessários para alcançá-la e segui-los. Deve-se orar, pedindo a Deus força e persistência. Para que as desculpas não tornem alguém inútil, é necessário parar de dar desculpas vãs. A preguiça é mais perigosa do que um leão.
IV. O TRABLHO E A METÁFORA DOS ESPINHEIROS (Pv 24:30-34)
30. Passei pelo campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento;
31e eis que toda estava cheia de cardos, e a sua superfície, coberta de urtigas, e a sua parede de pedra estava derribada.
32. O que tendo eu visto, o considerei; e, vendo-o, recebi instrução.
33. Um pouco de sono, adormecendo um pouco, encruzando as mãos outro pouco, para estar deitado,
34. assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado.
O preguiçoso só vê dificuldades. O caminho do preguiçoso não é cercado de espinhos, mas é como se fosse. O problema não existe, mas por causa de sua preguiça ele age como se existisse. O preguiçoso vê dificuldade em tudo. Ele não procura trabalho porque parte do pressuposto de que todas as portas da oportunidade lhe estarão fechadas. Ele não se dedica aos estudos porque está convencido de que não vale a pena estudar tanto para depois não ter recompensa. Ele só enxerga espinhos na estrada da vida enquanto dorme o sono da indolência.
É diferente a vereda dos retos. Mesmo que haja espinhos, o homem reto os enfrenta. Mesmo que a estrada seja sinuosa, ele a endireita. Mesmo que haja vales, ele os aterra. Mesmo que haja montes, ele os nivela. O homem reto é aquele que transforma dificuldades em oportunidades, obstáculos em trampolins, desertos em pomares e vales em mananciais. Ele não foca sua atenção nos problemas, mas investe toda a sua energia na busca de soluções. (1)
1. Trabalho, prosperidade e espiritualidade! Enquanto passeava pelo campo, o sábio observou a vinha de um preguiçoso, e eis que tudo estava cheio de espinhos. Havia mato e urtigas por todo lado, e o muro de pedra estava em ruínas. O sábio extraiu uma lição desse episódio: o indivíduo que gosta de dormir muito e está sempre em repouso será assaltado pela pobreza repentina como quem encontra um ladrão armado. Se a preguiça nos afastar de nossas responsabilidades, a pobreza poderá afastar-nos do legitimo descanso que deveríamos desfrutar.
Aqueles que sucumbem à preguiça espiritual tem a vida (representada pela vinha) infestada de problemas (espinhos e urtigas) e não produzem fruto para Deus. As defesas espirituais (o muro de pedra) caem por terra, e Satanás expande sua área de atuação. Essa situação de desinteresse e apostasia resulta em pobreza de alma.
2. Trabalho, ócio e lazer. Um homem normal não pode viver sem trabalho. Não se trata de precisar ou não trabalhar pela sobrevivência; trata-se de uma exigência da natureza humana, e isto procede de Deus. Deus não criou o homem para viver em ociosidade. Quem, decididamente, se entrega ao ócio, e se deixa dominar pela preguiça, acaba doente. São estas pessoas as frequentadoras contumazes dos divãs dos psicanalistas, e dos consultórios dos psicólogos.
O trabalho é uma das demonstrações mais eloquentes da dignidade da pessoa humana. Ora, se Deus fez o homem para servi-lo, para que executasse tarefas que exaltassem o nome do Senhor, é praticamente intuitivo que todo e qualquer ser humano que se disponha a se submeter ao senhorio de Deus seja alguém que tenha no trabalho uma de suas principais marcas. Não é por outro motivo, aliás, que, ao longo da história sagrada, não encontramos jamais alguém que tenha sido chamado por Deus que não estivesse trabalhando. Deus jamais chamou e jamais chamará desocupados para a sua obra, porquanto o ócio é algo que está em frontal oposição ao que Deus é, ao que Deus representa.
Em sendo assim, temos que todo povo chamado e constituído por Deus é um povo que tem no trabalho, no serviço, um ponto característico. A Igreja, o povo de Deus da atual dispensação, não é exceção. Muito pelo contrário, Jesus sempre deixou bem claro que os seus discípulos deveriam ser pessoas que estivessem prontas e dispostas a servir, a executar tarefas para a glória do nome do Senhor.
CONCLUSÃO
O trabalho além de dignificar o homem, o faz prosperar. Diante do Senhor ninguém será considerado ‘mais crente’ por se ocupar somente de coisas espirituais e negligenciar as práticas materiais. Em muitos casos, aqueles que alegam ‘trabalharem somente para Jesus’, na verdade, estão dando trabalho para a igreja. Dizem que vivem da fé, mas na verdade vivem da boa fé dos outros. A esses, mais uma vez Salomão aconselha: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos e sê sábio” (Pv 6:6). Os homens mais espirituais da Bíblia viviam nos labores dos seus trabalhos (2).
Portanto, uma pessoa normal não pode viver sem trabalhar, mesmo não precisando prover sua subsistência. É claro que muitos, embora desejando trabalhar, são impedidos, quer por incapacidade física, mental, ou social. Estes, em sendo necessário, devem ser ajudados pelo Serviço Social da Igreja, ou por algum “irmão”, em particular. Por isto Paulo usou a expressão “...se alguém não quiser trabalhar, não como também”(2Tes 3:10).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Revista Ensinador Cristão – nº 56 – CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico Beacon – Vol.3 –CPAD.

13 de abril de 2013


O CASAMENTO BÍBLICO

Texto Áureo: Gn. 2.24 – Leitura Bíblica: Gn. 1.27-31; 2.18-24

 INTRODUÇÃO
As Escrituras ensinam que homem e mulher foram feitos à imagem de Deus (Gn 1.27). Após Deus formar o homem (Gn 2.7), formou também a mulher (v.22). Essa foi a segunda grande decisão divina no tocante à existência da humanidade.
Deus uniu o homem à mulher, instituindo assim o casamento, não apenas para a perpetuação da raca humana, mas para a formação do casal e, consequentemente, de toda a família.

1. BÍBLIA, PALAVRA DE DEUS
Um dos objetivos principais daqueles que se opõem ao padrão bíblico para o casamento, é descredenciar a autoridade da Bíblia. Para tanto, afirmam que a Bíblia não passa de um livro humano, e que, por isso, é produto da cultura e de uma época. Por conseguinte, tentam inculcar na sociedade que os valores exarados nas Escrituras não mais se aplicam aos dias atuais. É muito comum ouvir expressões tais como “papel cabe tudo”, ou “a Bíblia é a palavra de homens”. No entanto, uma análise criteriosa da Bíblia mostrará que ela apresenta consistência interna e externa que comprava que se trata de Palavra de Deus, não apenas de homens. A Bíblia não é apenas um livro, mas uma biblioteca – bíblia, plural de livros em grego, composta de 66 livros, sendo 39 do Antigo e 27 do Novo Testamento. Os textos foram escritos por homens, ao longo de 1.500 anos, a divisão em capítulos e versículos foi feita no século XV d. C. A Bíblia, ainda que tenha sido escrita por humanos, não é exclusivamente humano, pois, conforme aponta Pedro, ela foi inspirada por Deus (II Pe. 1.20,21). Paulo assegura que toda a Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, é divinamente inspirada, theopneustos em grego, isto é, soprada por Deus (II Tm. 3.16,17). Por conseguinte, ela é proveitosa, é útil para revelar os desígnios de Deus, e principalmente, para sua santificação em Jesus Cristo. Tudo o que foi escrito nas Escrituras tem um propósito, Deus, Aquele que inspirou os autores humanos, assim o fez para a edificação do Seu povo (Rm. 15.4; I Co. 10.11). Por isso a Bíblia deve ser amada e estudada por todos aqueles que professam a fé cristã (I Pe. 3.15; II Tm. 2.15; Is. 34.16; Sl. 119.130). A principal razão para considerar a Bíblia é que o Senhor Jesus lhe conferiu autoridade (Jo. 7.17), tendo em vista que as Escrituras testificam a respeito dEle (Lc. 24.44). Mas é preciso que a Bíblia seja interpretada apropriadamente, atentando para o texto e o contexto, com discernimento espiritual (I Co. 2.14), reconhecendo também nossas limitações (I Co. 13.12).

2. A COSMOVISÃO HUMANA SOBRE O CASAMENTO

O pressuposto daqueles que defendem modelos diferentes de casamento, conforme já apontamos anteriormente, é o de que a Bíblia é um livro meramente cultural, por conseguinte, pode ser questionado. A cultura, de fato, é uma produção humana, e, em sua vertente antropológica, não existem culturas superiores ou inferiores, todas elas são diferentes. A Bíblia também está repleta de aspectos culturais, costumes que variaram de geração para geração. No entanto, há princípios da Bíblia que são supraculturais, isto é, estão para além das culturas locais, e transculturais, podem ser aplicados em todas as culturas, pois a Palavra de Deus é eterna, viva e eficaz (Ml. 3.6; Hb. 4.12). As propostas de casamento, ou contratos que tramitam nas legislações humanas, estão fundamentadas na cosmovisão humanista. O fundamento não é a Bíblia, mas a filosofia pós-moderna, que se sustenta no princípio relativista – não existe verdade, apenas vontade de verdade. Os defensores do casamento poligâmico, homossexual e dissolúvel não têm compromisso com a verdade bíblica, justamente porque não acreditam que ela seja a verdade. Os países que adotaram modelos alternativos, diferenciados da Bíblia, para o casamento, são aqueles que podem ser categorizados como pós-cristãos. O Brasil ainda é considerado um dos principais países cristãos do mundo, mesmo que muitos dos que são contabilizados como cristãos não passam de nominais. Por isso, mesmo aqueles que se dizem cristãos, por desconhecerem a Bíblia, apoiam projetos e propostas legislativas para o casamento que nada têm de bíblicas. Aqueles que professam a fé em Cristo, e que são verdadeiramente cristãos, por conhecerem as Escrituras, que não podem se afastar dos padrões bíblicos para o casamento.

3. O CASAMENTO BÍBLICO
O princípio fundamental do casamento bíblico é o de que Deus, e não os homens, o ordenou, portanto o casamento não é uma opção, mas uma orientação divina. A primeira cerimônia de casamento foi realizada pelo próprio Deus no Jardim do Éden (Gn. 1.28), tornado homem e mulher, uma só carne (Gn. 2.24). A união do primeiro homem e mulher no Éden reafirma o modelo bíblico para o casamento: monogâmico, heterossexual e indissolúvel. A natureza pecaminosa, carnal, impulsionou os primeiros homens à bigamia e poligamia (Gn. 4.18; 5.25), que resultou em invejas e intrigas (I Sm. 1.4-8). Os patriarcas, que optaram pela poligamia, pagaram um custo alto pela decisão (Gn. 29.21-23; 28-31; 30.1-10), bem como os reis de Israel (I Rs. 11.4.7-9). No Novo Testamento, tanto Jesus quanto Paulo foram contundentes  quanto à proibição da poligamia (Mt. 19.3-6; I Co. 7.1,2), não permitindo que essa fosse uma prática comuns entre os cristãos, especialmente entre aqueles que atuam no ministério pastoral (I Tm. 3.2,12). A heterossexualidade é outro aspecto do casamento cristão, já que Deus criou “macho e fêmea” (Gn. 1.26; 2.24). Na religião judaica, o homossexualismo deveria ser punido com a morte, sendo este considerado uma abominação aos olhos de Deus (Lv. 18.22). Não há brecha para a prática homossexual no contexto cristão, sendo essa reprovada pelo apóstolo Paulo (Rm. 1.26). Mas isso não deve ser motivo para homofobia, não podemos esquecer que Jesus ama a todos, inclusive aos homossexuais, por isso, devemos orar por eles, e conduzi-los à verdade, que é Cristo. Não podemos esquecer que todos pecaram (Rm. 3.23), não apenas os homossexuais, e que o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna (Rm. 6.23). O casamento cristão deve ser indissolúvel, portanto, não separe o homem o que Deus ajuntou (Mt. 19.6). Leis e mais leis estão sendo criadas pelas autoridade a fim de favorecer o divórcio, mas os cristãos seguem o princípio bíblico para o casamento, por isso, independentemente das leis humanos, optam por obedecer antes a Deus do que aos homens (At. 5.29).

CONCLUSÃO
Vivemos em uma cultura pós-moderna, e pós-cristã, que nega o Absoluto, e defende o relativismo. Diante desse contexto, nós, os cristãos, precisamos nos fundamentar na doutrina bíblica. No que tange ao casamento, o modelo bíblico é o monogâmico, heterossexual e indissolúvel. Não podemos, enquanto cristãos comprometidos com a Palavra, fazer concessões. Os modelos humanistas, que estão sendo admitidos na sociedade contemporânea, têm fundamentação na filosofia, não na Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus.

BIBLIOGRAFIA
ADAMS, J. E. A vida cristã no lar. São Paulo: Fiel, 2011.
Bíblia de Estudo Pentecostal-REVISTA CORRIGIDA
KOSTENBERGER, A. J. JONES, D. J. Deus, Casamento e Família: reconstruindo o fundamento bíblico. São Paulo: Vida Nova, 2011
Lições Bíblicas-CPAD 
Blog-Subsídio EBD  www.subsidioebd.blogspot.com.br .13 de Abril de 2013 às 12:18




22 de março de 2013

Queridos, 

Para melhorar nosso blog, estamos pedindo  aos nossos leitores que deixem seus comentários, ideias e, até pedido de  postagem. 

Divulgue o Educar Cristão em sua congregação. 

Ore por nós. Paz de Cristo a todos.

Vosso Irmão em Cristo Jesus! 

Edson Soeiro 
Editor Educar Cristão.

 
Ola meus queridos amigos e, irmãos estamos voltando!

Para este trimestre a CPAD preparou um lição de suma importância, visto que nestes últimos dias a família vem sendo atacado de todas as formas.

Então não perca este trimestre. Participe da Escola Bíblica Dominical em sua congregação.

Um grande abraço do vosso irmão em Cristo.

Edson Soeiro.
Editor Educar Cristão





Lição Bíblica CPAD do 2º Trimestre 2013.

A família cristã no século XXI: Protegendo seu lar dos ataques do inimigo

Temas

1 - Família, Criação de Deus

2 - O Casamento Bíblico
3 - As Bases do Casamento Cristão
4 - A Família Sob Ataque
5 - Conflitos na Família
6 - A Infidelidade Conjugal
7 - O Divórcio
8 - A Educação Cristã, Responsabilidade dos Pais
9 - A Família e a Sexualidade
10 - A Necessidade e a Urgência do Culto Doméstico
11 - A Família e a Escola Dominical
12 - A Família e a Igreja
13 - Eu e minha Casa Serviremos ao Senhor·.

Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Fonte: CPAD.