6 de julho de 2009

A Primeira Carta de João


Nota sobre o autor da Carta
Felizmente, temos considerável informação acerca do discípulo chamado João. Marcos diz-nos que ele era irmão de Tiago, filho de Zebedeu (Mc 1.19). Diz também que Tiago e João trabalhavam com "os empregados" de seu pai (Mc 1.20).Alguns eruditos especulam que a mãe de João era Salomé, que assistiu a crucificação de Jesus (Mc 15.40). Se Salomé era irmã da mãe de Jesus, como sugere o Evangelho de João (Jo 19.25), João pode ter sido primo de Jesus.Jesus encontrou a João e a seu irmão Tiago consertando as redes junto ao mar da Galiléia. Ordenou-lhes que se fizessem ao largo e lançassem as redes. arrastaram um enorme quantidade de peixes - milagre que os convenceram do poder de Jesus. "E, arrastando eles os barcos sobre a praia, deixando tudo, o seguiram" (Lc 5.11) Simão Pedro foi com eles.João parece ter sido um jovem impulsivo. Logo depois que ele e Tiago entraram para o círculo íntimo dos discípulos de Jesus, o Mestre os apelidou de "filhos do trovão" (Mc 3.17). Os discípulos pareciam relegar João a um lugar secundário em seu grupo. Todos os Evangelhos mencionavam a João depois de seu irmão Tiago; na maioria das vezes, parece, Tiago era o porta-voz dos dois irmãos. Paulo menciona a João entre os apóstolos em Jerusalém, mas o faz colocando o seu nome no fim da lista (Gl 2.9).Muitas vezes João deixou transparecer suas emoções nas conversas com Jesus. Certa ocasião ele ficou transtornado porque alguém mais estava servindo em nome de Jesus. "E nós lho proibimos", disse ele a Jesus, "porque não seguia conosco" (Mc 9.38). Jesus replicou: "Não lho proibais... pois quem não é contra a nós, é por nós" (Mc 9.39,40). Noutra ocasião, ambiciosos, Tiago e João sugeriram que lhes fosse permitido assentar-se à esquerda e à direita de Jesus na sua glória. Esta idéia os indispôs com os outros discípulos (Mc 10.35-41).Mas a ousadia de João foi-lhe vantajosa na hora da morte e da ressurreição de Jesus. Jo 18.15 diz que João era " conhecido do sumo sacerdote". Isto o tornaria facilmente vulnerável à prisão quando os aguardas do sumo sacerdote prenderam a Jesus. Não obstante, João foi o único apóstolo que se atreveu a permanecer ao pé da cruz, e Jesus entregou-lhe sua mãe aos seus cuidados (Jo 19.26-27). Ao ouvirem os discípulos que o corpo de Jesus já não estava no túmulo, João correu na frente dos outros e chegou primeiro ao sepulcro. Contudo, ele deixou que Pedro entrasse antes dele na câmara de sepultamento (Jo 20.1-4,8).Se João escreveu, deveras, o quarto Evangelhos, as cartas de João e o Apocalipse, ele escreveu mais texto do NT do que qualquer dos demais apóstolos. Não temos motivo para duvidar de que esses livros não são de sua autoria.Diz a tradição que ele cuidou da mãe de Jesus enquanto pastoreou a congregação em Éfeso, e que ela morreu ali. Preso, foi levado a Roma e exilado na Ilha de Patmos. Acredita-se que ele viveu até avançada idade, e seu corpo foi devolvido a Éfeso para sepultamento.
Entendendo a Carta de João, O Apóstolo.
Diferente das epístolas escritas pelo apóstolo Paulo, a primeira carta de João não começa nem termina com saudações. Ela também se distingue pelo conteúdo, enriquecido pelas experiências espirituais de autor (1 Jo 1.1-4). Não poderia ser diferente, uma vez que foram três anos de ininterrupta convivência e aprendizagem ministerial com o Mestre. Isto a torna um dos livros da Bíblia mais instrutivos e edificantes para o cristão.
O propósito da carta de João
Os escritos de João têm como propósito apresentar o Senhor Jesus Cristo com a manifestação do amor de Deus. Outro objetivo é fazer os irmãos saberem, com certeza, que os que crêem no nome do Filho de Deus, têm a vida eterna (l Jô 5,13; Jô 1,12).
Naqueles dias surgiram na grande cidade de Éfeso e região, área sobre a qual o apóstolo exercia seu ministério pastoral muitos, muitos enganadores que, através de falsas doutrinas, intentavam induzir os crentes ao erro, razão pela qual João escreveu as três cartas (l Jo 2.19,26; 3.2; 2 Jo v.7). Surgiram “anticristos” (l Jo 2.18), e falsos profetas (4.1), contudo, João expôs a hipocrisia de todos esses e confirmou a fé dos autênticos crentes.

Erro concernente a Cristo.
João acusa os hereges de afirmarem ter o Pai, mas negar o Filho ( 2.22-24). Eles ensinavam que Jesus era apenas um homem, filho natural de José e Maria. Em outras palavras, eles não criam em Cristo como Deus encarnado. Não reconhecer a encarnação de Cristo é negar as profecias do AT e a mensagem da do seu cumprimento em o Novo (Is 7.14; 9.6; l Jo 1.1,14). Ao dizer que Jesus é o Cristo prometido, João esta afirmando que Ele é o Deus encarnado cujo sacrifício resgatou-nos da maldição do pecado. Não considerar esse fato é negar a expiação por Cristo, o Filho de Deus, (Is 53.4-10; Jo 4.25,26; 6.69; Mc 15.39). Inclusive, o apóstolo afirmou que a negação deste fato era umas das formas de identificar os “falsos” espíritos (l Jo 4.3).

Auto-engano moral.
Os princípios de comportamento e doutrina desses hereges eram totalmente enganosos, pois ensinavam que o corpo é apenas o invólucro do espirito, de maneira que seu comportamento não compromete o aspecto espiritual, ou seja, nada do que a pessoa faz através do corpo pode prejudicar o espirito. O apóstolo previne os cristãos contra este erro e ensina que quem comete pecado é do Diabo, porque o Adversário peca desde o principio. Entretanto, ele também ensina que o Filho de Deus se manifestou para desfazer as obras do Diabo (3.8,9).
Jesus com ênfase alertou uma mulher pecadora trazida à sua presença e um paralítico curado sobre “não pecar mais’ ( Jo 8.11;5,14 ), demonstrando-nos que espera um santo viver de quem o aceita como Salvador. O apóstolo João destaca muito bem no capitulo l, versículo 7 a 10 de sua primeira epístola, a correta atitude de crente em relação ao pecado. O crente não é impecável, mas pode triunfar e vencer o pecado, por Nosso Senhor Jesus Cristo ( l Jo 1.7,9; Rm 8.2; 6.12-14).” Meus filhinhos estas coisas vos escrevo, para que não pequeis: e se alguém pecar, temos um advogado para com Pai, Jesus Cristo, o Justo” ( l Jo 2.1 ).

Sinopse
O mais eficaz dos métodos de prevenção contra os falsos ensinos é uma sólida instrução bíblica em relação à Pessoa de Jesus Cristo e ao nosso comportamento como cristãos.

Conclusão
A visão panorâmica da presente lição realça a importância desta carta do apostolo João que, como toda a Bíblia, é sempre atual. Ela vem ao encontro das necessidades da igreja de todas as épocas, principalmente a do presente momento, que vem sendo atacada pela oferta de coisas terrenas, cujos valores são ilusórios e passageiros se comparados às riquezas espirituais e eternas que já temos recebido de Deus por meio de seu Filho. Cada cristão deve, além de estar em contato permanente com a palavra de Deus—condição básica para manter-se fiel até a volta de Cristo, permanecer na luz e cultivar o seu amor pelos irmãos.

Fontes.
Lições Bíblicas- 3º Trimestre – CPAD

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